Quando eu era pequeno, me assombravam os enormes clubes, me chateava o fato de eu não ser sócio de nenhum clube legal, mas com o tempo minha mãe investiu uma graninha e virei membro de um, depois de outro.
Naquele tempo, meados dos anos 80, existiam clubes gigantescos, como o Juventus, na Moóca, se não me falhe a memória com mais de 100.000 sócios ativos. As pessoas iam lá para curtir o final de semana, fazer churrascos, usar as piscinas, verdadeiros parques aquáticos.
Na década de 90 isso foi diminuindo. Muito empreendimentos passaram a contar com piscinas e churrasqueiras em suas áreas comuns, e por segurança e comodidade (também custo), todo mundo começou a ficar mais em casa e usufruir da infra-estrutura condominial.
Daí os clubes beiraram a falência (alguns deles não apenas beiraram), e muitos derivaram para outras atividades.
Nesta década, a cultura da individualização superou os limites, com os prédios passando a contar com churrasqueiras em suas sacadas! Não tínhamos mais que nos importar com vizinhos bicões ou chatos de plantão, agora o churrasco é só nosso, como nas nossas casas, antes da verticalização da cidade.
Sem ser nada Nostradamus, quer apostar que a tendência da próxima década é fazer piscinas diretamente nos apartamentos? Não serão piscinas de raia olímpica, isso vai continuar lá embaixo. Mas serão ofurôs, banheiras de hidromassagem ou pequenos tanques que conferirão a todos nós, mais um pouco de privacidade e menos convivência com estranhos.
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